Médica fala sobre participação feminina no futebol

Profissional atuou pela primeira vez ao lado de uma colega em uma partida de futebol masculina

[Médica fala sobre participação feminina no futebol ]

FOTO: Mauricia da Matta

O dia 25 de maio de 2019 certamente ficou marcado na história do futebol brasileiro. Pela primeira vez, duas mulheres foram responsáveis pela saúde dos jogadores na categoria masculina. O fato ocorreu na partida entre Vitória e Corinthians, pela primeira rodada do Campeonato Brasileiro de Aspirantes sub-23. O jogo foi realizado no Barradão e terminou empatado em 1 a 1.

Após passar uma temporada no Internacional, a Doutora Nathália Figueirêdo chegou ao Vitória em 2014 e está lá até hoje. Ela trabalha com as divisões de base do time e no momento também atua no profissional. Além disso, a médica também tem no currículo duas convocações para Seleção Brasileira Feminina. 

O interesse por futebol veio desde cedo, logo na infância. Mas, apesar do gosto pelo esporte, ela não imaginava que teria oportunidades, por ser um ambiente majoritariamente masculino. A entrada no futebol foi uma surpresa.

“Eu sempre gostei de futebol, quando criança jogava futebol com os meninos na rua. Mas em relação a trabalhar especificamente com futebol, eu não pensava, imaginava que não teria mercado para mulher no futebol. Só que eu tive essa grata surpresa. A esperança veio quando eu entrei no Inter. Cai no futebol meio que por acaso, não foi muito proposital. Na época eu trabalhava com a canoagem”, afirma.
A médica é reconhecida por respirar esporte. Além do futebol, já foi praticante de algo em torno de 11 modalidades. Entretanto, diante da rotina envolvendo o atual clube, o ritmo teve que ser contido e com isso, a quantidade de modalidades praticadas também teve que ser diminuída.

“Já pratiquei vários esportes, muay thay, boxe, corrida, ciclismo, natação, canoagem, squash, tênis, vôlei, futebol, handebol. Hoje, por questões de tempo, eu só consigo fazer musculação, corrida ou bike. Preciso manter uma rotina diária de exercícios de mais ou menos 30 minutos”, citou.

Nathália ficou muito feliz em participar de uma partida de futebol ao lado da médica do Corinthians, Ana Carolina Côrte, amiga de profissão de longa data. A doutora ainda destaca que ações como essa podem influenciar outras mulheres que tem o desejo de se inserir no meio.

“Eu senti um orgulho, tanto meu quanto dela, a gente foi da mesma turma e mesmo ano de residência (medicina do esporte), e acho que não pensávamos que pudesse acontecer. Senti-me muito agradecida. Além da surpresa, um sentimento de que nós mulheres estamos fazendo uma revolução, sem necessariamente ir para as ruas, sem tirar o sutiã e sair dando de outras armas não tão legais para conquistar um espaço. Estamos abrindo caminho para outras mulheres que estão aí. Quando posto alguma coisa, sempre recebo feedback de outras mulheres dizendo: ‘Poxa Naty obrigada por nos inspirar, nos mostrar que esse caminho é possível’, tenho esse retorno não só na medicina mas também em outros setores”, finalizou. 

Após o empate na primeira rodada, o Vitória de Nathália encara o Avaí, às 15h, desta quinta-feira (30). Com um ponto conquistado, o Rubro-Negro está na terceira colocação do grupo B, atrás de Ceará e Figueirense, ambos com três pontos.
 


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