José Medrado

Não sobra dúvida alguma a quem tem um pouco de percepção, que amores e desamores entre políticos sempre têm perspectivas de ganhos ou perdas, alinhamentos ou contrapontos. Dessa forma, funciona a lógica desses senhores. De outro lado, mas não menos convenientes são gajeiros (encarregado de vigiar no cesto da gávea as embarcações ou a terra.), mas não para avistarem terras, mas, sim, eleições futuras. É assim, repito, que eles se movimentam: vendo o logo mais, das suas possibilidades, em geral de reeleição, localizando possíveis obstáculos, alvos (concorrentes) que possam ser empecilhos.

 

É assim que vejo toda sorte de reação contra o agora ministro Sérgio Moro – de logo, afirmo que nunca fui de ter ídolos, nem mesmo na adolescência, e sei que ele cometeu, sim, excessos e atravessou limites do que deve ser comportamento de um magistrado à época que fora, talvez até por ambição política, acordos...sei lá e precisa ser responsabilizado,  mas que ele caminha com um alvo nas costas em razão de 2022, caminha. Não seria por outro motivo que vemos o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) afirmar que Sergio Moro atenta contra as instituições democráticas do país e que espera respeito do ex-juiz da Lava Jato ao Parlamento. A declaração foi feita durante entrevista aos jornalistas Guilherme Mazieiro, do UOL, e a Ranier Bragon, da Folha, no programa de entrevistas conjunta dos dois veículos.

 

Nas colocações o presidente da câmara, Rodrigo Maia ainda afirma que o ex-juiz tenta, em estratégia permanente, pressionar, acuar as instituições democráticas deste país, tudo para aprovação do  projeto anticrime de Moro, que tramita pelo Câmara dos Deputados. É a velha política de sempre, onde o embate não nasce do melhor para o país, nas adequações, in casu, de projetos de lei ou mesmo mudanças de conteúdo, mas sim em caminhos para desgastes, frituras de quem pode ser uma pedra no caminho.

O ministro da Justiça e da Segurança Pública deve hoje está, senão arrependido da troca que fez, pelo menos se dando conta que ele não guarda mais a caneta das decisões no bolso interno do seu paletó.


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